30 de novembro de 2010

DANÇA COM VÊNUS



 Vênus: dança, beleza, ritmo, prazer, sedução, deleite, harmonia, usufruto.

Vênus e Sol: vontade consciente e dança prazerosa; brilho a irradiar nos movimentos naturais da coreografia. Expressão musical aliada ao mental objetivo e lógico. A matemática da dança...a consciência do Eu expressando-se em dança sedutora. Notas musicais gravitando em torno do núcleo mental. Luz própria que se expande em sons melodiosos.

Vênus e Lua: dança e criança; espontaneidade, sentido lúdico, movimento natural, aberto e inocente na dança da vida. A criança brinca nas notas musicais e flui com a dança suave e harmoniosa. Todo o ser sensível na dança. A Lua leve, solta no tempo e espaço da música. A melodia embala os contatos. Charme e sensibilidade na arte dos relacionamentos.

Vênus e Saturno: trabalhando o corpo; relaxamento físico com leveza e ritmo. Saúde e equilíbrio na estrutura corporal. Decoração artística no Templo do Espírito. Reverência na música consagrada ao Senhor do tempo. Uso correto dos movimentos corporais na dança sagrada. Memória do ritmo musical expressando-se no tempo e no espaço. Maestria na arte por meio da disciplina e estruturação.

Vênus e Mercúrio: reconhecimento e verbalização do exercício como proposta de movimentar o corpo usando os braços, mãos, pernas e pés. Atenção aos detalhes na coordenação dos movimentos corporais no ritmo da música, usufruindo o momento presente. Respiração rítmica, alternando as polaridades ( lado esquerdo e direito, frente e atrás ). Movimentos corporais harmoniosos, estéticos, coordenados e sensuais. “Mensageiro dos deuses da música e das artes cênicas”. Brilhantismo na apresentação teatral. Análise e discriminação das harmônicas universais.

Vênus e Júpiter: todos os sentidos de percepção inseridos no ritmo musical. Mergulho no Todo; dança global com alegria, otimismo, expansão e usufruto. O universo inteiro dança na onda melódica das notas musicais. Alegria: nota básica do universo. Benevolência em amplos movimentos rítmicos.

Vênus e Marte: ousadia,  coragem e iniciativa para participar da dança; graça e assertividade – libido feminina e masculina no mesmo passo musical. Dança dos opostos em movimentos alternativos: nasce o movimento único. O Guerreiro da Luz com a Deusa da Beleza gerando força motora e harmonia.

Vênus e Urano: a criatividade e originalidade na expressão sensual, com vistas a trazer para a forma, a beleza, a suavidade, a afetividade; o corpo como canal de manifestações dos insights percebidos via meditação e método. O Mago: aquele que trabalha com o espírito na forma. Ritmo, organização, graça e beleza no ritual da vida. Canal receptor das melodias do Universo.

Vênus e Netuno: harmonia, beleza e paz na expressão artística e espiritual; ideias filosóficas nos relacionamentos com pessoas e com a vida. Estética e equilíbrio na expressão do Amor Universal. Beleza física aliada à beleza espiritual. Mundo da fantasia embalado pelos sons etéreos...Glamour e refinamento na expressão da arte mística. Estética e estilo na expressão devocional e artística.

Vênus e Plutão: transformações profundas com harmonia, ritmo, paz e simetria. O Eu Espiritual manifestando-se em música e compassos de beleza geométrica. A consciência do átomo em notas melodiosas de luz cintilante. Liberação dos núcleos atômicos ao som da música sideral. Metamorfose por meio da dança contemplativa. Alquimia da dança.

29 de novembro de 2010

MULHERES NA ERA DE AQUÁRIO


Mística, guerreira, mãe, amante, independente, companheira: a mulher reúne na alma a riqueza de deusas do Olimpo. Na Era de Aquário, a mulher moderna pode se beneficiar dessas figuras mitológicas para compreender sua natureza psíquica e se reencontrar.

As deusas trazem instruções que conduzem ao autoconhecimento, despertando a consciência de cada mulher para a sua riqueza interna. E lhe dão suporte para reconhecer o valor daquilo que ela é e não por aquilo que a sociedade diz que ela deveria ser.



 PERSÉFONE – Mística e soberana
O mito de Perséfone é o da jovem donzela raptada e levada ao mundo das trevas, para se casar com Hades, o senhor da morte. É a virgem que se transforma em senhora, sorvida por tudo o que é desconhecido, reprimido, inconsciente e sombrio. Representa a mulher sensitiva que pode entrar em contato com o oculto, o mundo dos espíritos ou de outras realidades mais profundas.


A mulher Perséfone – Modesta, simpática, discreta e misteriosa, essa mulher Perséfone é difícil de se entender: reservada e reclusa, evita o desgaste psíquico de viver no meio das pessoas e se retira, para ficar em paz com suas reflexões  e em comunhão com o invisível. Ela conserva a aparência sempre jovial, com pouca ou nenhuma marca de envelhecimento. Mas seus atributos não são bem físicos, pois uma parte dela parece estar em outra galáxia e ela se sente pouco à vontade com o corpo ou com a sexualidade. 

Essa donzela, que desceu às trevas e se transformou em senhora, pode ter sido atraída para as experiências místicas, por alguma tragédia ou uma perda que a afastou da inocência. Impotente, ela descobre logo cedo que precisa aprender a viver dividida entre o mundo da luz, que pode ser revelado, e o das trevas, que deve permanecer secreto. 

A estrutura frágil de seu ego a deixa suscetível aos conteúdos do inconsciente. Compassiva, solidária e atenta, costuma exercer funções que ajudam os outros, e torna-se ainda boa esposa e mãe.

Seu maior desafio -   unir sua luz e sua sombra.



 HERA  -  Rainha  e Companheira
Guardiã e legítima esposa de Zeus, essa deusa é a protetora das esposas e dos amores legítimos. Símbolo da fidelidade conjugal, sempre foi retratada como ciumenta, vingativa e violenta. Personifica atributos morais, como poder, justiça, bondade. Rainha altiva e senhora, é respeitada no Olimpo como a grande divindade.


A mulher Hera -  Regida pela deusa dos céus, esta mulher autoconfiante destaca-se na multidão e ainda mais no casamento. Ligada à liderança e às questões do poder, impõe respeito e personifica o status de esposa de um grande homem, prestigiado e bem-sucedido. 

Essa ‘abelha-rainha’, matriarca dominadora, é ótima oponente para qualquer debate, pois é enérgica e tem convicções próprias. Pode ser temida e até odiada, lembrada por sua arrogância e autoritarismo, com ou sem parceiro poderoso ao lado. Forte, conservadora e consciente de sua posição, adora dar sugestões, pregar sermões e se reunir com a família, rodeada e reverenciada por filhos e netos. 

Não raro, dirige organizações de caridade ou campanhas de arrecadação de fundos. Crítica, séria, moralista e dogmática, empenha-se em perpetuar a instituição familiar. 

Contribui para o sucesso do marido e se sente fortalecida e realizada assim, pois almeja tanto o poder quanto ele. Cada sinal de progresso profissional dele é sinal de orgulho.


Desafios -  Ela sofre quando se vê impotente, excluída do poder de decisão. Tem ciúme da liberdade e do poder masculino, e de não viver e agir como os homens. Quando rejeitada pelo marido, sente sua auto-estima ferida, acumulando rancor. 

Ao se ver forçada a permanecer em casa, torna-se frustrada, possessiva, e exige total cumplicidade do marido. Muitos casamentos naufragam e famílias são tiranizadas por Heras insatisfeitas ou machucadas. Sua ânsia de poder a impede de desenvolver as qualidades da mulher que acalenta, abraça, se solidariza e ama incondicionalmente.



 ÁRTEMIS – A Caçadora Solitária 
Esta é a selvagem e indomada deusa da natureza, virgem da lua, que carrega o arco de poderosa caçadora. Soberana das montanhas e bosques, contrasta com Atena, enfatizando mais o corpo do que a cabeça. Instintiva e representante da independência feminina, integra as qualidades masculinas em si, para se sentir inteira e invulnerável. Pudica, reverencia a coragem, a simplicidade e a natureza humana. Retrata a feminilidade pura e primitiva.


A mulher Ártemis – Prática e aventureira, aprecia a cultura física, a solidão, a vida ao ar livre e os animais. Costuma se dedicar à proteção do meio ambiente, aos estilos de vida alternativos e às comunidades femininas. Pode virar bióloga, atleta, canalizar sua energia nas academias de ginástica. Troca as grandes cidades por uma cavalgada, uma comunidade experimental ou o prazer de fotografar a natureza. 

Na infância, tende a gostar mais das brincadeiras dos garotos, de roupas soltas e despojadas, abdicando dos atributos ditos “femininos”. Embora independente como Atena, esta amazona é introvertida, prefere trabalhar sozinha e tem poucas amizades. O que a impulsiona é a sua energia vital, a vitalidade física, não a mental. Chega a amedrontar os homens, por seu desempenho, conseguindo correr melhor que eles, nadar melhor, enfim, superá-los. 

No amor, é instintiva e selvagem. É comum permanecer juvenil, esportista, livre e aventureira, o que não condiz com os valores estreitos da sociedade, que a obrigariam a ser meiga, dependente e carinhosa.


Desafios – esta mulher não se identifica com o papel de mãe, esposa ou profissional. Por sentir-se diferente, relegada e excluída, em função de sua “androginia”, muitas vezes ela se basta, se isola, mas não se ressente de viver sem atenção. Embora não rejeite sexo, evita bruscamente qualquer intimidade. 

Quando diz: “preciso ficar sozinha”, deixa claro a necessidade de se afastar, pois é assim que ela se regenera. Ela necessita dosar sua solidão e auto-suficiência e aprender a trocar, a ser mais sociável, a fim de facilitar a sua aproximação com os outros, a sua integração e ter a sensação de fazer parte.



 AFRODITE – A Deusa do Amor
O cuidado com a beleza e a amabilidade são assuntos de Afrodite ( Vênus ), bem como a união dos sexos e a atração pessoal. Deusa da beleza e da sensualidade, ela rege a criatividade e governa tudo que possa seduzir os sentidos pela beleza.  Desperta no homem seu lado mais sensível, emotivo e sutil. Afrodite dá amor, mas não protege maternalmente aqueles que ama.


A mulher Afrodite – Sensual, bela e atraente, ela tem senso estético, ama a arte, a moda, o requinte e o bom gosto. O corpo, para ela, é um objeto sagrado de amor. Costuma ser civilizada, charmosa, elegante e tem magnetismo pessoal e habilidade para se relacionar e atrair a atenção de todos. Se dá bem com todo mundo, principalmente com os homens. Sua vida é pontuada por ligações e encontros amorosos, mas não se interessa muito em casar, Ter filhos, criar raízes. 

Atraída por relacionamentos múltiplos, ela vê a vida como uma aventura romântica e prefere homens ativos, sensuais, desimpedidos e bem-sucedidos. Voltada para o romance, a paixão, a intriga, ela precisa de troca, prazer, amor e intimidade. Por canalizar sua energia para a beleza, tende a se sentir insegura em relação aos seus talentos. É compreensiva, amiga, companheira e confidente.



Desafios -  Momentos difíceis de solidão são a grande dor dessa mulher que anseia por companheirismo e proximidade. Talvez nenhuma outra deusa tenha sofrido e sido abusada quanto Afrodite, pois a sociedade patriarcal não pode viver com ela, mas também não pode viver sem ela, relegando-a à condição de amante ou prostituta, pois não deixaram de desejar seu amor e prazer. 

Apesar de ser, muitas vezes excluída, não é vingativa e trata suas feridas em silêncio. Fiel, generosa e sensível, angustia-se por saber que, embora tendo acesso ao sentimento de seu homem, nunca poderá tê-lo. 

Uma de suas mais duras provas é ser sempre a “outra”, exposta a julgamentos. Um pouco do raciocínio de Atena e da independência de Ártemis poderiam lhe trazer a segurança para sair e ser aceita e respeitada.



 ATENA  - A mulher Guerreira 
Deusa da civilização e da cultura, da carreira e do universo intelectual, Atena foi a única habitante do Olimpo sem uma mãe verdadeira. Independente, ela é a representante suprema da sabedoria do pai. Simboliza a inspiração que produziu o teatro, a filosofia e as instituições políticas.


A mulher Atena – Regida pela deusa da sabedoria, a mulher Atena é aquela que pensa, intui e realiza, colocando a carreira profissional em primeiro plano. Suas preocupações estão voltadas para o mundo, as pessoas, as idéias e os ideais; a educação e a cultura; o mundo dos negócios, o debate político e as reformas sociais. Prática, extrovertida e inteligente, vive em evidência, intimidando, de certa forma, os homens. Se for respeitada, torna-se a mais leal das companheiras e uma amiga para o resto da vida.


Desafios – A ênfase excessiva que ela dá ao intelecto pode acarretar uma negação profunda da realidade corporal. Aquilo do que ela está mais distante é o que mais necessita: a doçura protetora da mãe e dar mais atenção às necessidades básicas do corpo e da feminilidade. Resgatar a Afrodite e a Deméter que se escondem dentro dela, podem ajudá-la a integrar corpo e mente, emoção e razão, e ter uma vida mais plena e liberta.



 DEMÉTER – A mãe de Todos
Identificada com a Mãe Terra, Deméter representa a reprodução e renovação da vida. Rege as sementes, o crescimento das safras e as colheitas. É a deusa da maternidade e simboliza a Grande Mãe, que apóia a subsistência feminina e tudo o que é frágil e carente. Cuida do desenvolvimento orgânico do corpo e dá sustento e proteção aos bebês, crianças e seres em crescimento. 

É compreensiva, receptiva e trata a todos como filhos. Está centrada na família e em sua subsistência física, moral e emocional.


A mulher Deméter – Vive para os filhos e se realiza sendo mãe. Generosa e dedicada, gosta de tê-los por perto e se sente feliz em gerar, amamentar, cuidar das crianças e vê-las crescer. Prestativa e incansável, não tem tempo para si, pois está sempre pronta a ajudar a amiga em dificuldade, confortar a criança que chora, encher uma boca vazia, enfim, é a mãe de todos. Assim como Afrodite, é regida pelo amor; vive para o outro, se doa e se perde no outro. 

Presa ao presente, compreende os instintos básicos da natureza humana. Sua sexualidade é natural, embora corra o risco de ser solícita demais. Busca um pai de família digno para o sustento dela e dos filhos, o que a coloca em dificuldade quando se separa, pois tem papel de destaque apenas no lar e não na vida profissional.


Desafios – Não pode haver sofrimento maior que a perda e o afastamento, para quem vive para a família. Absorvida pela dedicação aos filhos, ao marido e ao bem-estar de todos, essa mulher vive num confinamento voluntário, afastada do mundo, como sentisse medo de entrar em contato com suas necessidades individuais. 

Sua ferida se torna mais evidente quando os filhos crescem e se vão, deixando-a sem referências. Deméter precisa reconhecer que também pode se nutrir de sua própria fonte de amor e, realizada como mãe abrir-se a outras possibilidades, buscar novas formas de se expressar. Ela precisa retomar o poder sobre sua própria vida, integrando-se, quem sabe, em comunidades ou grupos, onde participe de processos de educação, grupos de defesa da natureza, Ongs, para poder usar sua energia maternal de forma plena e verdadeira.

HOMENS DA ERA DE AQUÁRIO


Forjados por deuses e heróis, os egos masculinos revisitam a experiência de um poderoso Zeus, um belíssimo Apolo, um enigmático Hades, um impetuoso Poseidon, um incansável Hefestos ou um cativante Dionísio. Sabemos de antemão que essas figuras mitológicas representam aspectos da alma masculina, com toda a força de sua natureza essencial.

Ligados às manifestações do mundo concreto e ao que transcende a nossa realidade palpável, os mitos põem o homem cara a cara consigo mesmo e o ajudam a “olhar para dentro”, identificar o potencial que tem e, a partir daí, integrar esse conteúdo interno, subjetivo, às suas vivências diárias, objetivas.

Cada homem segue um script de vida, mas nem todos estão bem dentro dos papéis que desempenham. Muitos preferem rever seus conceitos e assumir novas posturas, com mais autenticidade. Reeditar essas divindades da antiga Grécia é trazer à discussão arquétipos ou modelos que fazem parte do inconsciente coletivo. Reconhecer-se em cada um deles, ajuda o homem a se conhecer melhor.

Conhecidos por sua facilidade de manter os pés no chão, os homens “pecam”, muitas vezes, por negligenciar seus conteúdos internos, principalmente, as próprias emoções.

Por sua vez, os deuses, sempre muito passionais, favorecem o diálogo entre razão e sensibilidade. Alcançar essa polaridade permite que ele ancore sua realidade interior e ajuda a reaproximar os opostos ( homens e mulheres ). Pode também facilitar um entendimento maior e uma convivência mais harmoniosa entre os sexos. Nessa investida, os deuses gregos e a astrologia nos dão uma enorme contribuição.


  
 ZEUS  -  O Poderoso Chefão
Definido por Homero como o pai dos deuses e dos homens, Zeus ( Júpiter ) simboliza a ordem racional da civilização helênica. O arquétipo mais forte do patriarcado, Zeus representa a liderança, a autoridade, a confiança, a justiça e o poder.

Foi ele quem destronou o próprio pai ( Cronos ) para virar o “rei do mundo’. A ele coube o legado mitológico de filhos especiais (deuses e heróis), gerados por sua união com deusas e mulheres mortais. Divindade suprema do Olimpo, este soberano tem sob seu domínio o céu, a terra e os fenômenos atmosféricos.


O homem Zeus -  dotado de muita disciplina e uma enorme força de vontade, representa o líder nato que quer estar no comando e não pretende dividir sua realeza com ninguém. Simboliza o pai de família e o chefe mandão, mas paternal. Este poderoso chefão  é soberano e sedutor. Em geral, veste-se com elegância e adora conquistar as mulheres. Nos negócios, ele tem o dom de criar situações em que todos saiam ganhando.

Gosta que acreditem em sua capacidade de fazer e acontecer; além disso, sabe exercer sua autoridade. Capaz de restabelecer a ordem e impor disciplina, o homem Zeus, apesar de afetuoso e compassivo, não se deixa levar pelas emoções, preferindo ser justo e racional. Respeita a individualidade alheia e evitam interferir nas experiências pessoais de quem quer que seja. Mas sabe premiar ou punir, conforme o merecimento de cada um.

Paternal, é o chefe que defende a equipe; o pai que sustenta e protege; o político que patrocina festas para o povo; o governante que mantém os fracos e oprimidos sob a sua custódia.   


Desafios: superar a necessidade de monopolizar e de querer ser o único e estar no comando e impedir que os outros caminhem com as próprias pernas. Os mais mandões podem pagar o preço do poder com a solidão.



 HEFESTOS  -  Trabalhador incansável
Hefestos ( Vulcano ) é a imagem do artesão habilidoso. Soberano do fogo e da forja, é aquele que sabe lidar com os metais. Nascido disforme e coxo, ele teria sido jogado do Olimpo ao mar, por Hera, sua própria mãe, e adotado por ninfas do oceano que o criaram como filho legítimo.

Acredita-se que a deformidade tenha favorecido a habilidade deste artesão perfeito, que não poderia ser aproveitado nas guerras, no campo nem nas expedições marítimas, principais atividades da antiga Grécia. Como deus do fogo, Hefestos tornou-se o ferreiro divino que fabricou os raios de Zeus, o tridente de Poseidon, a couraça de Hades, as flechas de Apolo e as armas de Aquiles.

Simboliza a inteligência voltada mais para a técnica do que para temas que alimentam o espírito. Patrono dos ferreiros, artesãos e metalúrgicos, é responsável pela difusão da arte de usar o fogo e da metalurgia, além de favorecer o crescimento da ciência e da técnica.


O Homem Hefestos – ligado à tecnologia, à manufatura e à indústria, este trabalhador dedicado e incansável possui uma fantástica habilidade manual. Produção, operação e precisão são suas qualidades inatas. Sua tarefa estará ligada ao cumprimento da missão diária, da qual não se afasta nem para cuidar das necessidades do próprio corpo.

É o tipo workaholic  (viciado em trabalho). Por valorizar isso em demasia, pode ter problemas no casamento e sem seus relacionamentos pessoais ou familiares, sacrificando estes últimos em nome do que ele considera uma causa nobre, que é trabalhar. Sente-se bem realizando algo, dando forma, construindo, manufaturando, pois acredita que o trabalho é a mola propulsora do mundo, que fortalece o espírito e dignifica a existência humana. Entre seus passatempos favoritos, costuma restaurar objetos, recuperar utensílios danificados, mexer na mecânica de automóveis, fazer reparos em casa. Interessa-se por manuais  técnicos, publicações e pesquisas científicas.


Maior desafio – vencer a mania de perfeição, o auto-sacrifício e a necessidade de trabalhar demais e de superar o sentimento de inferioridade mostrando seu valor.



 POSEIDON – Impetuoso e Passional
Soberano das águas, Poseidon ( Netuno), irmão de Hades e Zeus, é o deus das emoções. Atrevido, arrojado e movido pelo instinto, ele se lança com facilidade às paixões humanas. Rodeado por alegres delfins, centauros marinhos, ninfas e hipocampos, Poseidon vive sob as águas e domina os oceanos que, em respeito à sua soberania, abrandam até mesmo as ondas mais ferozes.

Ligado aos instintos primitivos, pode tanto declarar às tempestades que cessem e fazer brotar água ou erguerem-se belas fontes no mundo, como convulsionar terras e mares, causando maremotos, inundações e terremotos com sua fúria.


O Homem Poseidon – vive suas emoções com intensidade. Compassivo, costuma sensibilizar-se, preocupar-se e solidarizar-se com o sentimento e os interesses dos outros, além de valorizar as relações pessoais e a cooperação. Nos negócios, sua flexibilidade e a intuição têm mais peso do que dados e informações de que disponha.

Suscetível demais e com uma enorme dificuldade de perdoar, este ego masculino de temperamento intenso e impetuoso, quando se vê rejeitado ou traído, fica possesso a ponto de fazer tremer as entranhas de seu território e provocar ‘abalos sísmicos’ na área. Nessas horas, como Poseidon em seu palácio nas profundezas do Mar Egeu, ele acaba dominado pela raiva e por sentimentos que se misturam e se confundem, e faz vibrar o “tridente” de sua ira, agitando tudo. Para ele, que valoriza a natureza, a ética e o direito, o mundo deve ser experimentado e sentido.


Desafios – controlar sua fúria e impulsividade, quando se sente traído, rejeitado ou contrariado; livrar-se da dependência e do apego nos relacionamentos e trabalhar seu lado excessivamente passional.



 DIONÍSIO -  O Aventureiro Cativante
Filho de Zeus e da princesa tebana Sêmele, Dionísio é Baco, o deus do vinho que leva esperança e prazer aos homens. Como nunca foi reconhecido no Olimpo, por ser filho de um mortal, valeu-se do poder da bebida que criou, para conquistar a glória.

Seu nascimento é um episódio singular. Hera, mulher de Zeus, enciumada, convence Sêmele de pedir ao seu marido para se mostrar em todo o seu esplendor. Ao emitir seus raios incandescentes, Zeus sem querer, fulmina a amante, mas salva o filho que ela levava no ventre e enxerta-o em sua própria coxa.

Personificando a metamorfose, o êxtase e a transformação pelo entusiasmo, Dionísio torna-se o deus da alegria, da fertilidade, da embriaguez e dos estados alterados de consciência. Representa a ruptura das inibições, repressões e recalques. O vinho é sua arma poderosa que perverte, confunde o raciocínio e leva à loucura. Está ligado à orgia, à selvageria e bacanais romanas.


O Homem Dionísio – Representa o mais humano dos deuses. Sua principal tarefa é libertar a humanidade dos tabus e convenções e resgatar o prazer de viver. Irreverente, descontraído, entusiasmado e cativante, leva as mulheres à loucura. Mas o casamento não é bem sua meta, pois ele não costuma abrir mão da liberdade, da boemia e suas companheiras prediletas são as mulheres liberadas, sem preconceitos. No trabalho, escolhe funções que lhe dão  prazer e alegria. Acredita que se deve aproveitar a vida ao máximo e que o mundo terá a forma que se der a ele.


Desafios – Encontrar o verdadeiro sentido da liberdade; estabelecer vínculos emocionais mais  profundos; vencer a tendência aos exageros e à fuga através da dependência de álcool ou
outras drogas; moderar a euforia e os impulsos hostis.


 
 HADES – O Solitário Enigmático
Misterioso, Hades ( Plutão ), o soberano das sombras, representa o guardião do mundo invisível e secreto, proibido para os vivos e que só pode ser visto através da fé, da imaginação ou de teorias filosófico-religiosas. Irmão de Zeus e marido de Perséfone, Hades é o senhor do mundo dos mortos, mas também o que favorece o crescimento das sementes que brotam das profundezas da terra, onde ele habita.

Em grego, Hades quer dizer invisível  e ele é representado com o capacete que lhe dá essa faculdade. Austero e impiedoso, presidia o tribunal onde se decidia o destino dos mortos e cabia a ele a palavra final. Habituado a isso, não demonstra emoção e mantinha-se insensível a preces ou sacrifícios.


O Homem Hades – Fechado, introvertido e enigmático, este homem regido pelo deus do inconsciente, guarda e defende seu mundo físico e psicológico. Sensitivo, acredita que a moral e a ética estão acima dos interesses materiais. Discreto, fiel e leal, tem a missão de guiar os demais ao autoconhecimento e sua maior força está em lidar com o que os outros não conseguem ver. Psicologia, antropologia, arqueologia e estudos filosóficos ou sobre o inconsciente atraem esse buscador da verdade profunda. Representa o “deus oculto”do ego masculino.


Desafios – ser menos radical; por os pés no chão; superar a tendência à indiferença, à solidão e a distanciar-se da realidade; aprender a trabalhar em equipe e manter a guarda para não cair facilmente em depressão.



 APOLO – Brilhante e Irresistível
Apolo, o deus solar, representa o ideal de beleza, a superioridade do belo, do sublime, da harmonia, da música e da poesia. Protetor das artes, esse soberano da luz produz com sua lira os sons mais puros e harmoniosos.

Responsável por iluminar e inspirar os artistas, é o deus dos oráculos e fundador das grandes cidades gregas. Apolo, a quem cabe o dom de profetizar, exerce seu poder sobre toda a natureza e a sociedade. Protege os médicos e a saúde, podendo tanto afastar a morte, através da cura, quanto espalhar pestes e doenças.

É ele quem fertiliza a terra, garante boas colheitas e rege a mudança das estações, além de ser o protetor também dos pastores, camponeses e navegantes.


O Homem Apolo – É a expressão  perfeita do talento e da beleza, o homem brilhante; o equilíbrio da racionalidade, do planejamento e da organização masculina. Realiza-se como marido, pai e com o sucesso que vem como reconhecimento de seu valor. Enquanto cria, sublima sua necessidade de alcançar a perfeição e mantém sob controle, as emoções. 

Preocupado com as aparências, cuida bem do corpo, mas também as mente. Procura viver em harmonia com todos. Na vida prática, usa de metodologia, tem objetivos claros, estuda bem as situações e planeja, para evitar riscos. Adora envolver-se em discussões calorosas sobre arte, literatura, filosofia, esportes e saúde. Conhece bem a si mesmo e prefere as mulheres inteligentes e delicadas. Gosta de temperar a sexualidade com boas doses de amor e romantismo.


Desafios – Não valorizar demais as aparências, o brilho e o valor pessoal; vencer o complexo de superioridade; reduzir a tendência a achar que ou tudo, ou nada.